quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Meus limites

Discorrendo sobre limites necessários
pois que produzidos por dores incalculáveis
maiores que expectativas ingênuas
frutos de minha experiência irrevogável

Indeferem pedidos de defesa
Sem que sejam evocadas legalidades
(de  um Código qualquer, Artigos ou parágrafos únicos)
Meus limites têm raízes consuetudinárias
São legítimos, são meus.

Meus limites impõem fronteiras
que, embora não existam em essência, existem de fato
Me resguardam o direito à propriedade privada de mim
Inviolável não por escritura, mas por individualidade
esta minha propriedade não permite ingressos de outrem


Mas nem sempre foi assim,
Na verdade, meus limites se mostraram  a mim
num inesquecível e nada qualquer dia de ontem

E desde então me garantem meu espaço
indivisível, intransponível e não compartilhado.
Esses meus limites são, por assim dizer e com todos os cuidados,
a garantia de um espaço sagrado.





domingo, 7 de agosto de 2011

O meu fracasso

Não é meu o jargão sei do que sou capaz.
O que na verdade eu posso dizer é que “sei do que não fui capaz”.
Isto sim é inequívoco, preciso.
E isto é o meu próprio fracasso.

Mas o meu fracasso tem um sabor doce, quando tenho vontade de doce, e salgado quando quero o contrário.
Meu fracasso fundamenta minha certeza.
Meu fracasso, em retrospectiva, me apresenta um passado rico em sinais contra os quais lutei bravamente, porém sem sucesso.
Meu fracasso, hoje, dorme e acorda comigo.
relativizado e subvertido
Me dá beijos de “bom dia”
Meu fracasso resignou-se em reconhecer
Que não se supera o amor, quando ele existe.
Pois meu fracasso me mostrou
Que meu amor, maior que eu, maior que a dor,
Em longo estágio de vigília
Me superou.