sábado, 8 de setembro de 2012

Ato falho em cores

Tomada por uma necessidade de desenhar ou colorir, ou ambos,
rapidamente peguei papel e lápis diversos.
Em princípio, pensei, uma árvore! Eis o que quero pintar, uma árvore.
Os primeiros traços indicavam uma árvore em movimento. A árvore era uma,
pequena e de galho solitário. 
Depois dela as folhas. As que se soltavam pareciam em numero maior do que as que permaneciam.
Não me contentei. Queria uma árvore maior, maior que o movimento. Queria uma árvore soberana.
Sujeita ao movimento, de raízes frágeis, mas firme.
Acrescentei folhas e galhos. Alarguei o tronco. Intensifiquei o movimento.
E as águas insistentemente corriam em direção oposta ao vento. 
E os movimentos eram muitos. O movimento das águas, das folhas, do vento, da areia. Cada qual na cadência de uma sua musicalidade.
Sem lógica natural, os movimentos pareceram irreais, apesar de atribuírem
vida e naturalidade à imagem.
Findos os traços, parcialmente intencionais e absolutamente incontidos,
eis que a árvore se revelou para mim.